segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

Palavra Viva


Fernando Pessoa visita a Escola da Ponte!

O meu nome é Fernando Pessoa. Nasci em Lisboa, no final do século XIX, mais concretamente em 1888. Sou um poeta português. Certamente já ouviram falar de mim e dos meus heterónimos Alberto Caeiro, Álvaro de Campos e Ricardo Reis. A propósito, um heterónimo é um autor fictício, imaginado, que possui personalidade própria, como se fosse uma pessoa real.
Juntamente com os poetas Mário de Sá-Carneiro, José Almada Negreiros e outros, fundei também a revista Orpheu, que deu origem ao Modernismo português.
Frequentei bastante o café A Brazileira, onde tiveram lugar tertúlias artísticas e literárias. A minha presença foi tão habitual que colocaram uma estátua de bronze minha na mesa da esplanada onde me sentava.
Como devem imaginar, já morri, em 1935. Não se assustem! (Bem, podia ter dito isto de uma forma mais poética!) Na verdade, fiz esta viagem até cá para partilhar convosco um poema de minha autoria, já que a Poesia andará à solta nos próximos dias! Espero que gostem!


Não sei se é sonho, se realidade,
Se uma mistura de sonho e vida,

Aquela terra de suavidade

Que na ilha extrema do sul se olvida.
É a que ansiamos. Ali, ali
A vida é jovem e o amor sorri

Talvez palmares inexistentes,
Áleas longínquas sem poder ser,
Sombra ou sossego deem aos crentes
De que essa terra se pode ter
Felizes, nós? Ali, talvez, talvez,
Naquela terra, daquela vez,

Mas já sonhada se desvirtua,
Só de pensá-la cansou pensar;
Sob os palmares, à luz da lua,
Sente-se o frio de haver luar
Ah, nesta terra também, também
O mal não cessa, não dura o bem.

Não é com ilhas do fim do mundo,
Nem com palmares de sonho ou não,
Que cura a alma seu mal profundo,
Que o bem nos entra no coração.
É em nós que é tudo. É ali, ali,
Que a vida é jovem e o amor sorri.

“Fiquei muito contente com o resultado deste trabalho! Recebi comentários muito positivos durante a minha partilha e todos os meus colegas me deram os parabéns! Fiquei muito orgulhoso! Ainda por cima, Fernando Pessoa é o meu poeta preferido!”

João Lucas Rangel


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